segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Jesus Cristo proíbe riquezas

Cada um analise como quiser, mas uma coisa é inegável: A MAIORIA DOS CRENTES HOJE SÓ QUER GRANA!!!!!!!!!!! O dinheiro é necessário, mas precisamos ser milionários.??????????

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Jesus vencendo a tentação da teologia da prosperidade



São muitas as distorções doutrinárias da Teologia da Prosperidade: Negam a soberania de Deus, dizendo que usar a expressão “se for a Tua vontade” destrói a oração; ensinam os crentes a exigirem e reivindicarem coisas de Deus, em vez de as pedirem a Ele; acabam exaltando mais ao homem do que a Cristo; exibem um espírito de orgulho do “que eu posso fazer ou conquistar em nome de Jesus”; dizem que sofrimento, pobreza e doença não devem fazer parte da vida de um cristão. Se, porventura, um cristão estiver em tais circunstâncias é porque não tem fé. Dizem que Jesus teve de morrer espiritualmente para pagar pelos pecados do homem no inferno, pois sua morte física e seu sangue derramado na cruz foram insuficientes para fazer a expiação. Chegam ao ponto de negar a eficácia do sangue de Jesus. Alguns afirmam a deidade humana, dizendo serem deuses. Hagin, em seu livro “Zoe: a própria vida de Deus”, página 79, diz que nem Jesus Cristo tem uma posição mais elevada do que nós diante de Deus. Blasfêmia!

A teologia da Prosperidade tem suas raízes na Ciência Cristã, que é derivada do gnosticismo. Daí vemos o dualismo da teologia da prosperidade, quando diz que a morte física de Cristo não tem relevância em relação a redenção do nosso espírito, tendo Jesus que morrer também espiritualmente no “inferno”, tal dualismo revela-se também em seu misticismo em relação ao poder das palavras e em sua ênfase na confissão positiva.

Hoje percebemos uma ênfase exagerada no elemento “fé”, em detrimento da verdade e do amor. Um exemplo disto se vê na trágica história do menino diabético Wesley Parker, falecido em 23 de agosto de 1973, cujos pais cristãos foram presos por negligência, devido a teologia da prosperidade, que os levou a acreditarem firmemente na declaração de um pastor que, após a oração, afirmou que o menino havia sido curado. A partir daí, seus pais não mais permitiram que ele tomasse insulina o que acabou levando-o à morte. Mais tarde, arrependidos, escreveram o livro: “We let our son die”, que traduzido, significa "Nós deixamos nosso filho morrer". Neste livro eles reconhecem, com muita dor no coração, o lamentável fato de terem colocado a fé, ou, mais propriamente falando: o orgulho da fé, acima do amor pelo filho. Infelizmente, este não é um caso isolado. 

Os adeptos da Teologia da Prosperidade são mais preocupados com a questão do sofrimento do que com a questão do pecado. Mais preocupados com prosperidade e saúde do que com santidade. Demonstram mais medo do azar (forças invisíveis que não conseguimos controlar) do que do pecado e do juízo final. Eles são produto desta sociedade consumista que valoriza o que é material, cujo deus é Mamom. O secularismo e o mundanismo estão ameaçando a sã doutrina. 

Lucas 4, conta como foi que Jesus venceu as tentações da teologia da prosperidade sugeridas por Satanás. Interessante notar que após seu batismo, Jesus é movido pelo Espírito Santo para o deserto. Isto nos faz lembrar da história do Êxodo, que mostra o povo hebreu tendo que enfrentar um longo período no deserto após sua passagem pelas águas do Mar Vermelho antes de poder ingressar na Terra Prometida. Enquanto a teologia da prosperidade promete um paraíso na Terra, vemos as Escrituras nos despertando para a realidade do deserto. O paraíso ainda está por vir. 

No deserto, Jesus teve fome. Jesus disse aos seus discípulos que eles teriam de enfrentar aflições neste mundo. A boa notícia é que Jesus venceu o Mundo! Venceus as tentações! Venceu a Satanás! Venceu a morte! Ressuscitou e prometeu que sempre estaria conosco! Não estamos abandonados e sós no deserto! A vara e o cajado do Bom Pastor nos consolam! Os anjos consolaram e sustentaram a Jesus no deserto! A Palavra de Deus foi alimento para Jesus no deserto (Dt 8.2-3). O povo hebreu recebeu maná dos céus no deserto. Lá a presença de Deus se manifestava de muitas formas, entre elas, através da arca, da nuvem que os conduzia de dia e da coluna de fogo que os iluminava e aquecia durante a noite!

Satanás aproveitou-se da fragilidade física de Cristo e de sua fome para tentá-lo propondo alívio milagroso para as suas privações físicas, além de muito poder, riqueza e sucesso. Jesus não se deixou seduzir pelo conforto, prazeres, riquezas, poder e glória deste mundo. Ele não pactuou com o diabo. Ele venceu o Mundo! Jesus provou amar mais a Deus do que as coisas do mundo. Ele pode dizer de verdade que nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus.

Quando Satanás pediu para Jesus saltar do pináculo do templo apelando para o texto do Salmo 91 que trata da proteção dos anjos de Deus. Jesus rebateu a sugestão lembrando outro texto bíblico que diz que não devemos tentar ao Senhor nosso Deus. É certo que os anjos de Deus acampam-se ao redor daqueles que temem ao Senhor para os protegerem, mas não devemos abusar disto tomando atitudes estúpidas. Deus nos concedeu inteligência para que fizéssemos bom uso dela. Isto já faz parte da proteção de Deus. Agir de maneira imprudente e ainda esperar o socorro de Deus é o mesmo que tentar a Deus. Por exemplo, não devemos acelerar o máximo e pedir para Deus nos proteger nas curvas. "De Deus não se zomba, o que o homem plantar, isto também irá colher" (Gl 6.9). Por falar nisto, muitos adpetos da teologia da prosperidade, movidos pela ambição consumista, acabam contraindo dívidas muito acima das suas posses, baseados numa pretensa fé de que Deus os ajudará de alguma forma. Isto não não se chama fé, mas, sim, má fé! 

Deus pode nos curar sem o auxílio de remédios, mas também pode fazer uso deles para nos sarar. Se alguém se sente curado, deve primeiramente receber um atestado médico de cura antes de suspender qualquer medicação, pois está escrito: "não tentarás ao Senhor teu Deus".

Satanás tentava a Cristo lançando dúvidas sobre sua filiação, provocando-o com a expressão: "Se és filho de Deus...". Jesus não entrou na provocação do Diabo, pois ele estava firmado na Palavra de Deus. Dias antes, por ocasião de seu batismo, ele ouvira a voz do Pai que dizia: "Este é o meu filho amado!" Jesus dava ouvidos a Deus e não a Satanás!

Jesus venceu o diabo, firmando-se na Palavra de Deus. Satanás mencionou as Escrituras, mas de modo seletivo e fora do contexto, assim como fazem os pregadores da teologia da prosperidade e todos os demais hereges. Jesus mostrou-se um profundo conhecedor das Escrituras e as usou apropriadamente como uma espada bem afiada para botar o diabo em fuga.
"Resisti ao diabo e ele fugirá de vós!"

Assim, Jesus venceu as tentações da teologia da prosperidade. Sigamos o seu exemplo! Sejamos seguidores de Cristo e não de pregadores hereges. 

Esta palavra de alerta contra a teologia do prosperidade, não significa uma defesa da teologia da pobreza, pois não concordamos com tais extremos. De fato, há ricos e ricos e pobres e pobres. Ou seja, nem riqueza e nem pobreza por si mesmas são sinais incontestáveis de fé ou de falta de fé, de virtude ou de pecado. Não devemos concluir que alguém é abençoado espiritualmente por possuir muitos bens materiais e nem podemos dizer que alguém está pobre por falta de fé. Encontramos na Bíblia exemplos de justos que eram ricos como Abraão, José e Davi, e de justos que eram pobres como José e Maria, Jesus e seus discípulos. A história de Jó nos ensina que um justo pode cair enfermo e experimentar a pobreza como também pode receber cura e receber muitas riquezas. O Apóstolo Paulo disse que já havia experimentado carestia e fartura e havia aprendido a estar contente em toda e qualquer circunstância. 

Somos contra a teologia da prosperidade porque ela ensina que Deus tem de nos fazer ricos e saudáveis. Uma coisa é ensinar que Deus tem o poder outra bem diferente é ensinar que Ele tem o dever. Deus não nos deve nada! Ele é livre para agir como bem quiser. Deus tem uma sabedoria muito além da nossa. Deus em sua soberania consegue traçar um bom caminho no meio do deserto e da tormenta (Naum 1.3). Partilhamos da teologia bíblica, sim, da teologia da possibilidade de Mesaque, Sadraque e Abednego que diante do Rei Nabucodunosor que os ameaça jogar na fornalha caso não adorassem um ídolo, responderam dizendo: "Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei.
E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste" (Dn 3.17-18). Vemos aí que eles criam que Deus era poderoso para operar um milagre, mas também estavam preparados para enfrentarem a morte caso fosse esta a vontade de Deus para eles. 

Interessante observar que Deus livrou o Apóstolo Paulo da morte em distintas ocasiões, mas sabemos também que chegaria o dia em que o corpo de Paulo seria entregue como libação: "Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé" (2 Tm 4.6.10). E, o capítulo 12 de Atos, conta como Herodes matou a Tiago, irmão de João, mas não conseguiu fazer o mesmo com Pedro, que milagrosamente foi liberto da prisão. Por que teria Deus libertado somente a Pedro? Por que o mesmo anjo que libertou a Pedro não libertou também a Tiago? Sabemos que mais tarde, o próprio Pedro irá morrer como um mártir. Por que Paulo disse: "Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro" (Rm 8.36)? Vemos em tudo isto que a Bíblia não dá margem para uma teologia da prosperidade que quer tratar a Deus como se Ele fosse como o Gênio da Lâmpada de Aladim. 

Deus tem vontade própria. Deus tem seus caminhos. Orar não é dar ordens a Deus. Orar não é reivindicar e exigir coisas de Deus. Orar não e preencher um cheque em branco assinado por Deus. Pois aprendemos na Bíblia que Deus somente atende as orações que estão de acordo com a sua vontade: “Esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade ele nos ouve” (1 João 5.14); “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as vossas paixões” (Tg 4,3).

Boa parte da multidão que buscava a Jesus estava interessada somente nos milagres de cura e multiplicação de pães, o que chateou a Jesus a ponto dele dizer: "Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará" (Jo 6.26). No final deste discurso de Jesus, muitos a maioria o abandonou pois realmente só estavam interessados em Cristo como um meio para obtenção de bens físicos e materiais (Jo 6.66). 

O discurso de Jesus vai de encontro ao discurso dos pregadores da teologia da prosperidade, que, ao contrário de Jesus, estão pregando o que o povo quer ouvir e não o que o povo precisa ouvir. Tais pregadores são prisioneiros do espírito que opera sobre os filhos da desobediência, estão plenamente conformados ao espírito deste mundo e estão buscando popularidade, poder e dinheiro, tentações estas que Jesus resistiu heroicamente. 

Ouçamos a mensagem de Jesus e busquemos primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça, acumulando tesouros nos céus e não aqui na Terra. "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus" (Cl 3.1). 

“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). 

Bispo Ildo Mello
www.metodistalivre.org.br

terça-feira, 17 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

palestra sobre teologia da prosperidade

49 - A Resposta Católica: Teologia da prosperidade

Mesmo tendo certas divergências com o catoliscismo romano preciso adimitir:
CONCORDO COM ESSE PADRE EM GÊNERO NÚMERO E GRAU
NOSSAS IGREJAS SE TRANSFORMARARM EM TEMPLOS PAGÃOS!!!!

terça-feira, 8 de maio de 2012

A CRUZ E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE


A cruz e a teologia da prosperidade

Érico Tadeu Xavier*

A chamada “Teologia da Prosperidade”, propagada hoje no Brasil por alguns segmentos evangélicos e também pelo Movimento Carismático Católico, tem enfatizado que seguir a Jesus é automaticamente candidatar-se a uma vida de sucesso financeiro, de projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento.
Cristão que vive sofrendo é porque não está bem espiritualmente: ou está em pecado ou não tem fé. Crente não deve ser pobre, nem doente. Pobreza e doença são marcas de pessoas dominadas pelo poder do diabo.
Diante de tais ensinos uma inevitável questão é: que lugar existe para a mensagem da cruz neste modelo de cristianismo? Ou ainda, será que os mártires do cristianismo primitivo, caso vivessem em nossos dias, seriam aceitos como membros destas igrejas que propagam a teologia da prosperidade? Deixemos que a história e aBíblia nos falem.
1 – O TESTEMUNHO DA HISTÓRIA
Vejamos primeiramente alguns exemplos de sofrimentos e martírios envolvendo aqueles que fizeram parte dos doze discípulos chamados por Jesus (Marcos 3: 13-19).
Os Doze
· André: após a morte e ressurreição de Jesus, foi pregar o evangelho na região do Mar Negro (hoje parte da Rússia); depois, segundo a tradição, pregou na Grécia, em Acaia, onde foi martirizado numa cruz em forma de “X”. Daí, este instrumento de tortura ter ficado conhecido como “cruz de Santo André”[i]
· Bartolomeu: pregou inicialmente na Arábia, depois Etiópia, e por fim, ao lado de Tomé, atuou como missionário na Índia, onde foi martirizado.[ii]
· Filipe: atribui-se a este apóstolo a fundação da igreja de Bizâncio, cidade mais tarde conhecida como Constantinopla. Posteriormente, pregou o evangelho na Ásia Menor, na região de Hierápolis, onde convertera-se a mulher de um cônsul romano pela sua pregação. O cônsul, então furioso por este episódio, mandou prender Filipe e matá-lo de forma cruel.[iii]
· Matias: para o lugar de Judas Iscariotes, que suicidou-se, a igreja primitiva escolheu Matias como seu substituto (Atos 1:21-26). Segundo a tradição, Matias se tornou missionário na Síria, onde acabou sendo queimado numa fogueira por causa do evangelho.[iv]
· Judas Tadeu: segundo a tradição, pregou na Pérsia, onde também foi martirizado.[v]
· Mateus: desenvolveu grande parte de seu ministério pastoreando a igreja de Antioquia, onde também escreveu o seu evangelho. Dirigiu-se posteriormente para Etiópia, aonde veio a ser martirizado por causa da pregação.[vi]
· Pedro: depois de exercer importante liderança na igreja de Jerusalém, este apóstolo transferiu-se para a cidade de Roma, capital do Império. No ano 67, durante perseguição imposta por Nero, Pedro foi preso e condenado a morrer crucificado. Relatos do segundo século afirmam que o apóstolo, antes de sua execução, disse que não era digno de morrer como morrera Jesus, o seu Senhor, e pediu para que fosse crucificado de cabeça para baixo, e assim ocorreu.[vii]
· Simão Zelote: desenvolveu seu ministério de evangelização na Pérsia, onde o culto ao deus Mithras (deus Sol) estava extremamente desenvolvido. Devido a conflitos com seguidores de Mithras, acabou sendo morto por se negar a oferecer sacrifício a esta divindade.[viii]
· Tiago (Filho de Alfeu): pregou o evangelho na Síria. Segundo o historiador antigo Flávio Josefo,[ix] foi linchado e apedrejado até a morte.[x]
· Tiago (Filho de Zebedeu): segundo tradições antigas, citadas por Justo Gonzalez, este apóstolo desenvolveu um trabalho missionário na Espanha, pregando na região da Galícia e Zaragoza. “Seu êxito não foi notável, pois os naturais desses lugares se negaram a aceitar o evangelho”[xi]. Ao regressar para Jerusalém, percorreu o caminho que deu origem ao lugar hoje conhecido como “Caminho de San Tiago de Compostela”[xii], na Espanha. Em Jerusalém, veio a ser preso, sendo em seguida, decapitado por ordem de Herodes Agripa, no ano 44 (Atos 12:1,2).
· Tomé: segundo a tradição, desenvolveu sua atividade missionária inicialmente na Índia.[xiii] Dali, dirigiu-se para o Egito, onde realizou importante trabalho entre os habitantes de língua copta, ministério este que deu origem à comunidade até hoje lá existente. A Igreja Cristã Copta, como é conhecida, está separada do catolicismo romano desde o IV século, tendo patriarcas em sua liderança.
· João: este é, reconhecidamente pela tradição e pelos depoimentos do cristianismo antigo, o último apóstolo a morrer. Morreu na velhice, por volta do ano 100, na cidade de Éfeso, onde morava com sua família.[xiv] Este apóstolo desenvolveu o seu ministério na Ásia Menor onde foi preso nos anos 90, na época da intensa perseguição imposta pelo imperador Domiciano ao cristianismo, quando acabou deportado à ilha de Patmos,[xv] no Mar Egeu, vindo a receber ali a revelação do Apocalipse, por volta do ano 96. Sendo solto posteriormente, permaneceu em Éfeso ensinando até o final da sua vida.[xvi].
Além dos doze, outros importantes líderes do cristianismo primitivo deram a vida pela causa do evangelho. É o caso, por exemplo, de Tiago “o irmão de Senhor” que exerceu forte liderança na igreja de Jerusalém. A história diz que sacerdotes e fariseus colocaram Tiago à parte alta do templo e de lá o lançaram abaixo, “passando em seguida a apedrejá-lo, visto não ter morrido logo que caiu no chão, enquanto, ajoelhando-se pedia o perdão de Deus aos seus agressores”. Deste modo ele sofreu o martírio.[xvii]
Também Paulo considerado um apóstolo “nascido fora de tempo” (I Cor. 15:8), tornara-se o grande líder da igreja entre os gentios e propagador da “mensagem da cruz” (I Cor. 1:18-23). Foi ele julgado perante Nero e condenado a ser decapitado.[xviii]
Também Timóteo, discípulo de Paulo, segundo testemunho de Nicéfero, no segundo século, “foi martirizado durante o reinado de Domiciano, no ano 96 a.D., em Éfeso, cidade onde morava quando o apóstolo lhe escreveu as duas cartas”.[xix]
Até ao terceiro século da era cristã a cruz realmente pautou a atuação da igreja. E é prova evidente disto o fato de tal período ter ficado conhecido como a “era dos mártires”. O historiador Justo Gonzalez descreve com precisão ainda outros fatos deste período, como por exemplo, o testemunho de fé demonstrado por Inácio de Antioquia. Discípulo do apóstolo João, viveu no período de 60 a 117 d.C. Tornou-se célebre pela fidelidade a Cristo em meio às perseguições que sofrera e às cadeias que enfrentou devido à fé que professava. Sendo levado à Roma, em algumas paradas obrigatórias, não se esquecia de escrever às igrejas que o recebiam ou lhe enviavam saudações. Pelo testemunho vivo de Jesus Cristo, Inácio está disposto a enfrentar a morte. E, a caminho do martírio, proferiu as seguintes palavras: “Não quero apenas ser chamado de cristão, quero também me comportar como tal. Meu amor está crucificado. Não me agrada mais a comida corruptível… mas quero o plano de Deus que é a carne de Jesus Cristo… e seu sangue quero beber, que é bebida imperecível. Porque quando eu sofrer, serei livre em Jesus Cristo, e com ele ressuscitarei em liberdade. Sou trigo de Deus, e os dentes das feras hão de moer, para que possa ser oferecido como pó limpo de Cristo”.[xx]
Não é diferente o exemplo de fé de Policarpo de Esmirna, o qual, diante da insistência das autoridades para que jurasse pelo imperador e maldissesse a Cristo, recebendo em troca disto a liberdade, respondeu: “vivi oitenta e seis anos servindo-lhe, e nenhum mal me fez, como poderia eu maldizer ao meu rei, que me salvou?” E estando atado já em meio à fogueira, Policarpo elevou os olhos ao céu e orou em voz alta: “Senhor Deus Soberano… dou-te graças, porque me consideraste digno deste momento, para que, junto a teus mártires, eu possa ser parte no cálice de Cristo. Por isso te bendigo e a te glorifico. Amém”.[xxi]
2 – O TESTEMUNHO DA BÍBLIA
A teologia bíblica não anula o sofrimento e a pobreza . Os cristão não estão livres dos infortúnios e mazelas da vida. Vejamos o que diz a Bíblia.
A Bíblia e os pobres
“Bem aventurados, vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus” (Lc 6.29).
“O Espírito do Senhor é sobre mim pois me ungiu para evangelizar os pobres”. (Lc 4.18).
“Falta-te uma coisa, vai vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me” (Mc 10.21).
“Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes bem” (Mc 14.7).
“Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento” (Mc 12,44).
E as advertências de Deus aos ricos são bem claras:
“Mas ai de vós ricos! Porque já tendes a vossa consolação”. (Lc 6.24).
“Não ajunteis tesouros na terra… mas ajuntais tesouros no céu… Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração”. Mt 6.19-21.
“É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Mc 10.25).
Como mencionou o Mensageiro da Paz: “A TP é um insulto aos cristãos do Terceiro Mundo. milhões de crentes zelosos no Terceiro Mundo nada têm de posses materiais. Estão eles enganados ou fracos na fé? Eles entendem mais sobre a cruz do que de carro do ano e a única riqueza de que se ufanam é a vida eterna”.[xxii]
A BÍBLIA E A DOENÇA
Os mais fervorosos servos de Deus do passado e do presente não ficaram imunes às doenças e aos sofrimentos. Isso se vê na vida de José, de Jeremias e de Paulo. Paulo fala de prisões, açoites sem medida, perigos de morte, chibatadas, apedrejamento, naufrágios, fome, sede etc. (2 Co 11.23-29).É interessante notar que apesar da fé a medicina e os médicos não foram dispensados.
Na Bíblia há várias passagens referentes a médicos. Vamos examinar algumas delas.
Médicos no AT
Em Gênesis 50, verso 2, está escrito o seguinte: “E José ordenou aos seus servos, os médicos, que embalsamassem a seu pai; e os médicos embalsamaram a Israel”.
José, o ditoso filho de Jacó, elevado a vice-rei, na corte do Egito, em virtude da sua fidelidade, – tinha uma junta médica a seu serviço.
José, o crente exemplar, não combatia a medicina e fazia uso dela.
No capítulo 8 de Jeremias verso 22, encontramos o seguinte: “Porventura não há ungüento em Gileade? Ou não há lá médico? Porque pois não teve lugar a cura da filha do meu povo?”.
Examinando-se esta passagem, à luz do contexto, verifica-se que Deus tinha queixas profundas contra o seu povo, em virtude da sua desobediência e franca apostasia. Deus não podia mais suportar tamanha impiedade e já resolvera trazer os rebeldes a juízo.
É interessante notar que Deus considera o pecado uma enfermidade moral e os pecadores, espiritualmente, enfermos. Os filhos de Israel estavam, portanto, gravemente enfermos (Jer. 8:22).
Então, em linguagem irônica, Deus fala nestes termos: “Porventura não há ungüento em Gileade? Ou não há lá médico?” “Por que pois não teve lugar a cura da filha do meu povo?”
É evidente que os médicos não podiam curar esta espécie de enfermidade. Só Deus pode perdoar pecados e mais ninguém. A linguagem é figurada e está vazada em franca ironia.
Entretanto, há uma referência, neste texto, que nós queremos salientar. É a que diz respeito aos médicos de Gileade, aos médicos da terra santa. Eles estavam lá para servir ao povo de Deus. E Deus os reconhece e lhes dá este direito.
Para o caso eles não serviam porque os males exigiam outra clínica – a espiritual, a divina. No entanto, para os males físicos, eles estavam a serviço da ciência, devidamente aprovados por Deus, a exercer a sua função samaritana.
Consideremos mais esta passagem:
“Naquele dia levantará este a sua voz dizendo: não posso ser médico, nem tão pouco há em minha casa pão, ou vestido algum; não me ponhais por príncipe” (Is 3:7). Lendo-se os capítulos 2 e 3 deste livro, verifica-se que o profeta está tratando de problemas graves dos últimos tempos (cap. 2:2), em relação aos filhos de Israel. Tão difícil será a crise que virá sobre os filhos da eleição, por causa da sua desobediência, – que Deus mandará, além de muitos outros males, – a fome, a falta de liderança e, note-se bem, – a escassez de médicos. O que fica bem claro, à luz desta profecia, é que Deus não só aprova o serviço indispensável dos médicos mas, até, castiga o seu povo com a falta deles.
Existe mais uma passagem, que nós queremos mencionar.É a que se acha em II Cron 16:12: “E caiu Asa doente de seus pés no ano trinta e nove do seu reinado; grande por extremo era a sua enfermidade, e contudo na sua enfermidade não buscou ao Senhor, mas antes aos médicos”.
Aqui os apóstolos da “cura divina” fazem um cavalo de batalha. Acham que o grande pecado do rei Asa foi “buscar aos médicos”, quando a Bíblia não diz tal coisa. O seu grave erro consistiu no fato de que ele “não buscou ao Senhor”. Ele poderia consultar o seu médico, à semelhança de José, sem todavia desprezar ao Senhor. Este foi o seu grande erro.
Médicos no NT
Em nenhum lugar da Escritura se lê que Paulo combatia a medicina ou o precioso serviço dos médicos. Ao contrário, ao companheiro Lucas, ele chamava, carinhosamente – “o médico amado” (Col. 4:14). Como se percebe, Paulo não considerava o doutor. Lucas – um concorrente indesejável ou crente carnal, sem fé, amante das “drogas”, mas um servo do Senhor, fiel e excelente cooperador (Filemon, 24). Paulo operava milagres porém não era milagreiro e sabia dispensar aos médicos os respeitos devidos e as honras merecidas.
Se a medicina fosse incompatível com a Bíblia, o apóstolo não teria dado a Lucas o prestígio da sua profissão e a confiança do seu companheirismo (II Tim. 4:11).
Em matéria de religião, Jesus é a autoridade máxima. Ninguém seria capaz de contestar esta afirmação. “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos mas, sim, os enfermos. Eu não vim chamar os justos mas, sim, os pecadores ao arrependimento” (Lucas, 5: 31-32).
Esta é a opinião de Jesus a respeito dos médicos e dos enfermos. Não há qualquer restrição a respeito deste assunto por parte do Senhor Jesus. A sua opinião é clara e taxativa: “os sãos não precisam de médico mas, sim, os enfermos”. Não se trata de um texto isolado. O Senhor Jesus falou com tanta clareza e com tanta ênfase, que os três Evangelhos sinóticos contêm, o registro das suas palavras. Há afirmações de Jesus que se acham registradas, apenas, num Evangelho. Há outras, porém, que se acham difundidas nos quatro Evangelhos ou, pelo menos, nos Evangelhos sinóticos.
A difusão dá realce
É o caso em apreço. O Senhor sabia que, nos últimos tempos, os falsos profetas iriam pôr em choque a medicina com a religião e, por isto, afirmou, reafirmou, e difundiu nos três primeiros Evangelhos: “Os sãos não necessitam de médico mas, sim, os doentes”.
Os milagres de Cristo não eram operados para atrair a atenção para si mesmo, nem para enriquecê-lo monetariamente com ofertas dos agradecidos. Ao contrário, o objetivo de cada milagre era trazer honra para Deus, abrir portas nos corações quebrantados, para permitir que a graça entrasse na maneira salvadora. “Cristo nunca operou um milagre, senão para satisfazer uma necessidade real, e todo milagre era de molde a dirigir o povo à árvore da vida, cujas folhas são para a cura das nações”.[xxiii]
Os verdadeiros milagres não resultam de pedidos impulsivos e insistentes, mas são concedidos como Deus julga melhor. “Alguns morreram nos dias de Cristo e nos dias dos apóstolos, porque o Senhor sabia precisamente o que era melhor para eles”.[xxiv]
Em nossos dias, a “Palavra da Cruz” parece continuar sendo “Loucura” (1 Cor 1:18), para alguns segmentos cristãos. Mas, a cruz, continuará carregando em seu significado o mistério e o segredo da vida. “Se alguém quer vir após mil, negue-se a si mesmo, e tome a cruz e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a achará” (Mc. 8:34-35).
Referências:
[i] Conciso Dicionário Bíblico. Rio de Janeiro: JUERP, 1985. p. 11. Bíblia de Estudo Alfalit. Rio de Janeiro: Vida, 1996, p. 44.
[ii] Pantero de Alexandria, diz ter ido à Índia, no ano de 190, e ter encontrado cristãos morando lá, os quais atribuíam a Bartolomeu e Tomé a origem do evangelho naquela região. ALMEIDA, J. Thomaz. As marcas de Cristo na História dos Homens. São Paulo: Hierograf, 1989, p. 12.
[iii] GONZALEZ, Justo. A Era dos mártires. São Paulo: Vida Nova, 1986, p.42.
[iv] Conforme Documentário em vídeo: A Perseguição e o Triunfo da Igreja Primitiva – de Cristo a Constantino. (Parte I). Prod: Gateway Films em Associação com Christian History Institute e Eo Television. São Paulo: REBORN – Distribuidora de Vídeo Ltda., 1990.
[v] Bíblia de Estudos Alfalit. Rio de Janeiro: Vida, 1996, p. 44.
[vi] Bíblia de Estudos Alfalit. Rio de Janeiro: Vida, 1996, p. 44.
[vii] WALKER, W. História da Igreja. Vol. 1. Rio de Janeiro; Juerp. 1985, p. 54.
[viii] Conforme Documentário em vídeo: A Perseguição e o Triunfo da Igreja Primitiva – de Cristo a Constantino. (Parte I). Prod: Gateway Films em Associação com Christian History Institute e Eo Television. São Paulo: REBORN – Distribuidora de Vídeo Ltda., 1990.
[ix] Josefo, filho de um sacerdote judeu, nascido no ano 37, na Palestina, foi um dos líderes da revolta judaica contra Roma, no ano 66 d.C. Ao ser capturado pelos romanos e levado para a capital do Império, recebeu o nome de Flávio, vindo a ser um historiador da corte. Em seus escritos sobre a história dos judeus, faz importantes menções sobre a morte de Jesus, bem como de alguns apóstolos.
[x] Conforme Documentário em vídeo: A Perseguição e o Triunfo da Igreja Primitiva – de Cristo a Constantino. (Parte I). Prod: Gateway Films em Associação com Christian History Institute e Eo Television. São Paulo: REBORN – Distribuidora de Vídeo Ltda., 1990.
[xi] GONZALEZ, Justo. A Era dos Mártires, p. 43.
[xii] Ainda hoje, místicos e peregrinos tentam refazer este caminho que fora percorrido pelo apóstolo, o qual tem, ao todo, uma extensão de aproximadamente 800 km.
[xiii] ALMEIDA, J. Thomaz. As Marcas de Cristo na História dos Homens. P.12; GONZALEZ, Justo. A Era dos Mártires, p. 44.
[xiv] O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1990. Vol. II. P. 831.
[xv] GONZALEZ, Justo. A Era dos Mártires, p. 60.
[xvi] Ellen G. White no livro Atos dos Apóstolos, p. 570, afirma que “João foi lançado dentro de um caldeirão de óleo fervente; mas o Senhor preservou a vida seu fiel servo…”. Ver também Justo Gonzalez: A Era dos Mártires, p. 41.
[xvii] ANGLIN, W. KNIGHT, A. História do Cristianismo. Rio de Janeiro: Casa Editora Evangélica, 1947, p. 11, 12.
[xviii] WHITE, Ellen G. Atos dos Apóstolos. Santo André – SP: Casa, 1976, p. 509.
[xix] ANGLIN; KNIGHT, op cit, p. 15.
[xx] GONZALEZ, Ibid, p. 66.
[xxi] Ibid, p. 72.
[xxii] MENSAGEIRO DA PAZ. Jornal. Junho de 1991, p 15.
[xxiii] WHITE, Ellen G. O Desejado de todas as Nações. p. 272.
[xxiv] ___________. Medicina e Salvação. p. 17.
*Érico Tadeu Xavier - Doutor em Ministério pela Faculdade Teológica Sul Americana – Londrina, e atualmente faz doutorado (PhD) pela Universidad Evangélica de las Américas – Costa Rica.




quarta-feira, 11 de abril de 2012

terça-feira, 10 de abril de 2012


O Perigo de Querer Barganhar com Deus  

Rede Brasil de Comunicação


Igreja Evangélica Assembléia de Deus - Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Ailton José Alves
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LIÇÃO 08 - O PERIGO DE QUERER BARGANHAR COM DEUS
INTRODUÇÃO
Nesta lição iremos aprender que Deus condena a barganha e que seu relacionamento conosco não se dá de uma forma mercantil, mas por sua graça e seu favor imerecido (Tt 2.11). Veremos também que apesar de Cristo ter nos concedido direitos ao consumar a sentença pelos nossos pecados (Rm 6.23), deu-nos também deveres a serem cumpridos (Jo 15.10). E estes direitos não concedem a nenhum servo de Deus ousadia de exigir dele algo, mas de pedir (Hb 4.16). Enfim, analisaremos também os perigos que cercam aqueles que se deixam envolver por falsos ensinamentos.
I - CONCEITO DA PALAVRA BARGANHA
Segundo o Aurélio, a palavra barganha, vem do latim bargagnare e significa: trocar, negociar, vender com fraude. Ou seja, é a consagrada expressão brasileira do “toma lá, dá cá”. No contexto religioso, barganhar é usar a fé para obter vantagens pessoais.
II - O QUE SIGNIFICA TEOLOGIA DA BARGANHA
Segundo os teólogos da prosperidade, os cristãos devem obedecer a Deus para conquistar as bênçãos prometidas por Ele em Sua Palavra. Dizem que, se obedecermos a Deus, jamais sofreremos privações. Esse ensinamento pode ser denominado de Teologia da Barganha.
Na verdade, essa teologia era também defendida por um dos amigos de Jó, chamado de Elifaz. Este alegava veementemente que nenhum sofrimento poderia vir ao justo, mas somente ao ímpio; e que se este estava passando por qualquer infortúnio, o motivo seria pecado. Vejamos uma de suas declarações:“Lembra-te agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos? Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal, segam isso mesmo. Com o hálito de Deus perecem; e com o sopro da sua ira se consomem” (Jó 4.7-9).
Será de fato isto que nos ensinam as Escrituras Sagradas? A obediência a Deus deve ter como motivação o mero interesse de alcançar seus favores? É evidente que não. As bênçãos devem ser consequência, e não causa da nossa devoção a Deus. Na verdade, esse comportamento se constitui numa relação mercantil, e não numa relação que o Pai deseja ter com seus filhos. A Bíblia aponta algumas motivações para nós obedecermos ao nosso Deus.
Destacaremos pelo menos três:
  • Amor: “Amarás, pois, ao SENHOR teu Deus, e guardarás as suas ordenanças, e os seus estatutos, e os seus juízos, e os seus mandamentos, todos os dias” (Dt 11:1). “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” (Jo 14:21);
  • Gratidão: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (Sl 103:2). “Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome” (Sl 100:4);
  • Alegria: “Servi ao SENHOR com alegria; e entrai diante dele com canto”(Sl 100:2). “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (At 2:46).
III - ALGUNS PRESSUPOSTOS DA TEOLOGIA DA BARGANHA
Os adeptos da Teologia da Prosperidade ensinam ainda em suas deturpações duas grandes inverdades: a falsa doutrina do direito legal, e a prática do determinismo. Vejamos ambas detalhadamente:
3.1 A falsa doutrina do direito legal: Essa crença afirma que a morte vicária de Cristo concedeu uma série de direitos aos que nele creem. Isto supostamente dá poder aos cristãos de exigirem de Deus seus favores, ao invés de pedir.
Observe o que diz Hagin em um de seus livros: “Descobri que o modo mais eficaz de se orar é aquele pelo qual você requer os seus direitos. É assim que eu oro: “Exijo meus direitos” (PIERATT, 1993, p.70 ).
Refutação: É verdade que o sacrifício de Cristo nos concedeu poder e/ou direitos (Jo 1:13), porém também nos responsabilizou com deveres (Ap 22.14). Tais direitos não poderão ser desfrutados se os deveres não forem cumpridos.
No entanto, isto não significa dizer que como filhos devemos exigir algo do Pai, pois, em nenhum lugar na Bíblia somos ensinados a exigir de Deus alguma coisa, pelo contrário, Jesus nos ensina a pedir: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7:7). A expressão pedir no grego “aiteõ” sugere na maioria das vezes a atitude de um suplicante, ou seja, a petição daquele que está em posição inferior (o cristão), aquele que está em posição superior e a quem a petição é feita (Deus). Este verbo é encontrado nas seguintes passagens bíblicas: (Ef 3.20; Cl 1.9; Tg 1.5,6;4.2,3; I Jo 3.22; 5.14-16).
3.2 A prática do determinismo: Segundo essa doutrina, o cristão deve determinar ao invés de orar e esperar. Como podemos ver, esse falso ensinamento, contraria a soberania divina, de decidir, querer ou não ao crente o que este lhe pede. É o que ensina os teólogos da prosperidade: “Não orei uma só oração em 45 anos sem obter uma resposta.
Sempre recebi uma resposta - e a resposta foi sempre “sim”. Algumas pessoas dizem: “Deus sempre responde às orações. Às vezes diz: “Sim,” e às vezes diz: “Não”. Nunca li isto na Bíblia. Trata-se apenas de raciocínio humano (PIERATT, 1993, p. 79).
Refutação: Jesus e os seus santos apóstolos nunca ensinaram a prática de determinar alguma coisa, nem que sempre as respostas das orações seriam imediatas, mas, ensinaram a prática da oração seguida da perseverança: (Lc 18.1-7;Rm 12.12; I Ts 5.17). Daniel orou vinte um dias por uma resposta (Dn 10.2,12); Elias orou setes vezes consecutivas para que chovesse (I Rs 18.43,44). Outra coisa deve-se ressaltar, que nem sempre Deus responde com um “sim” as nossas petições, a exemplo disto temos: Moisés (Dt 3:25) e Paulo (II Co 12:7).
IV - O PERIGO DE SE TENTAR BARGANHAR COM DEUS
A difusão da Teologia da Barganha tem feito com que uma geração de crentes tornem-se materialistas, cheios de direitos, e pouco ou quase nenhum dever a ser cumprido, servindo a Deus apenas por conveniência. No entanto, os verdadeiros servos de Deus, lhe obedecem independente do que Deus lhes possa conceder, tais como: O patriarca Jó que, quando foi provado, perdeu tudo, porém, não deixou escapar a fé, o amor e esperança (Jó 19.25-27); como o profeta Habacuque que, apesar de estar passando privações, podia exultar no Senhor (Hc 3.17,18); e ainda como Misael, Hananias e Azarias, que não se curvaram diante do ídolo que Nabucodonosor, ainda que sentenciados a morte pela fornalha (Dn 3.17,18).
Os Teólogos da Prosperidade com seus ensinos deturpados, trazem consigo uma grande inversão de valores, pois, o material torna-se mais importante que o espiritual; o ter mais importante que o ser; e a terra mais importante que o céu. Não bastasse essa série de absurdos, outras doutrinas danosas a fé cristã, têm sido introduzidas de forma encoberta, entre as quais podemos citar:
4.1 Humanização de Deus e divinização do homem: Este estranho ensinamento é defendido a partir do momento que o homem passa a exigir, ao invés de pedir a Deus, e Deus passa a cumprir, porque é obrigado a fazê-lo. No entanto, a Bíblia nos diz que apesar de Deus interferir na criação, como um ser imanente (não se encontra a parte da sua criação), ele é um ser transcendende (é superior e está acima da criação), e que também é soberano para fazer como e quando quiser (Is 43.13). Diferente do homem que foi feito do pó (Gn 3.19), é menor que os anjos (Sl 8.4,5) e que seus mais altos atos de justiça são como trapos de imundícia diante da perfeição do Criador (Is 64.6);
4.2 Amar as coisas e usar as pessoas: Torna-se perceptível o tratamento que os propagadores da Teologia da prosperidade dão as pessoas. Com o objetivo de manterem seus programas na TV em horário nobre, fazem inúmeras campanhas para arrancar dos seus membros o que puder, alegando astuciosamente que estas ofertas são sementes, e que Deus lhes recompensará devolvendo cem ou até mil vezes mais. O apóstolo Pedro anteveu o surgimento desta falácia quando disse: “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (II Pe 2.3).No entanto, é importante saber que Deus condena a barganha (Êx 23.8) pois o seu relacionamento conosco não se dá de uma forma comercial ou troca de favores (Dt 10.17), mas por sua graça e bondade (Sl 103.8);
4.3 Práticas mágicas ao invés da disciplina da oração: Ainda encontra-se entre os seus ensinos as práticas mágicas, ou seja, o caminho mais curto que a oração. A fé na Palavra fora substituída pela fé nos artefatos supostamente consagrados que trazem algum “poder”, como por exemplo (lenço, água, óleo, flor…). Como podemos ver a história se repete, pois tal comércio se fazia com relíquias na época de Lutero. Porém, a citação paulina: “Mas o justo viverá da fé” (Hc 2.4;Rm 1.17), que desabrochou na reforma protestante, e que resgatou a verdadeira direção da fé: a pessoa de Cristo (Jo 3.16), a Palavra de Cristo e o poder de Cristo (Mt 22.29).
CONCLUSÃO
Concluímos dizendo que o fato de sermos filhos Deus não significa dizer que Ele atenderá todos os nossos pedidos. Existem condições estabelecidas por Deus em Sua Palavra, para que possamos receber suas bençãos. Porém, faz-se necessário permanecer em Cristo (Jo 15.17); guardar seus mandamentos (I Jo 3.22); e orar de acordo com a Sua vontade (I Jo 5.14), pois se pedirmos mal, não seremos atendidos (Tg 4.3).
REFERÊNCIAS
  • PIERATT, Allan B. O evangelho da prosperidade. Vida Nova.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • GONÇALVES, José. A verdadeira prosperidade. CPAD
  • ANDRADE, Claudionor de. Lições Bíblicas: o sofrimento dos justos e o seu propósito. CPAD.
  • VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.